Antes
de começar o nosso estudo de hoje que é sobre carma, gostaria de introduzi-los
com um breve texto:
SUICIDA
REENCARNA COM CORPO MUTILADO PARA REPRIMIR NOVO SUICÍDIO - Chico Xavier
Uma criança foi levada ao Chico Xavier porque os médicos tinham indicado
a amputação das pernas. A mãe perguntou:
- Chico, o que é que eu faço?
E o Chico disse:
- Siga a orientação dos médicos.
Os amigos que acompanharam aquele atendimento perguntaram:
- Mas, Chico, como é que pode uma criança ter as pernas amputadas? Ela já não
tem braços, é cega, muda e surda. Qual a vantagem dessa encarnação?
- O Chico explicou:
- Os espíritos amigos me disseram que a mãe deveria seguir as orientações
médicas porque o espírito que habita este corpo mutilado, nas últimas 10
encarnações, se suicidou. E antes de encarnar, ele rogou a misericórdia divina
para que impedisse por todos os modos que ele cometesse o suicídio novamente.
Embora ele não tenha os braços, não ouça, não fale e não enxergue, ele está
pensando em ir caminhando procurar uma ponte para se jogar. A gangrena veio
como a misericórdia divina para que na próxima encarnação ele viesse com menos
débito e começasse a caminhar para a recuperação espiritual.
Ao reencarnar, muitas das vezes transporta-se para a carne as deficiências do corpo espiritual, cuja a harmonia foi desajustada. Assim, observa-se pessoas que acabam marcando seus períspiritos com fluidos negativos e ao reencarnar passam para o corpo físico esses fluidos como doenças, para se purificar. Aquele que cometeu suicido em outra vida pode inclusive em sua próxima existência, sentir os mesmo estímulos e desejar repetir o gesto infeliz. Por isso, é essencial que o espirito busque o conhecimento e a força para resistir a essa tendência e não fracassar novamente.
Em
suma, a reencarnação é o retorno do espirito a um novo corpo físico, por meio
dela, há a oportunidade para aprender e também para reparar os erros cometidos.
Mas muitas vezes começamos a achar que não somos aceitos ou amados como é do
nosso desejo e esquecemos que aquilo que pode parecer uma pena ou uma tragédia
é na verdade um apoio para que possamos evoluir. Então, para entender o Carma,
quero que vocês deixem de associar como um sinônimo dessa, toda e qualquer
outra palavra com conotações que soem como “dívidas”, “acertos de conta”,
“pena”, “punição” ou “castigo”.
Quando se fala em Carma há muitas más interpretações a respeito do assunto. Uma visão bastante comum e talvez a pior delas é a de julgar tragédias alheias como merecidas, pois com esse julgamento também poderá vir a recorrente justificativa - "Pra quê ajudar ou colaborar com alguém que só é um alvo agora porque paga por aquilo que fez numa outra vida?" Entretanto, mesmo se o carma fosse um acerto de contas, não deveríamos ajudar o próximo? Então, respondo que devemos apoiar alguém nas suas provas e dificuldades e principalmente na sua aprendizagem.
Afinal o que é o carma?
Resumidamente,
em sânscrito e na sua grafia – “karma” é aquilo que ainda trazemos para fazer e
significa simplesmente “ação”. Dessa forma, o carma pode ser entendido no final
das contas como um mecanismo ou uma situação em que podemos aprender, depois de
uma ação já ocorrida. Além disso, ele é oposto ao “dharma” que é aquilo que nós
já aprendemos, o conhecimento que já adquirimos e que em sânscrito significa,
"aquilo que mantém elevado".
Então é tudo planejado?
Antes
de reencarnar passamos por um processo que parece demandar bastante espera
quando olhado por uma perspectiva terrena. É a hora de deixar de lado a
condição de erraticidade do espírito e voltar a evoluir, para isso acontece um
processo chamado plano reencarnatório. Toda reencarnação é precedida de
planejamento e como o próprio nome sugere é uma plano que antecede uma
reencarnação, lá é programado nossas novas provas e esse intervalo de tempo
varia conforme o grau de evolução do espirito, naturalmente espíritos dotados
de maior evolução possuem encarnações mais rápidas, lembrando que aqueles que
já estão depurados não mais necessitam de reencarnar.
No geral o espírito imortal, no exercício de
seu livre arbítrio participa mais ou menos ativamente desse planejamento
conforme também é seu grau de evolução. Exatamente aqui, neste plano onde
vivemos, normalmente pertence ao espírito a escolha dos gêneros das provas que
haverá de passar nessa sua nova experiência. Então, pode se dizer que
todas as adversidades vivenciadas pelo espirito na sua jornada aqui na Terra
são prevista e consentida por ele? Para mais informações, é dado na obra o O
livro dos espíritos, na questão 259:
259. Do fato de pertencer ao
Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas
as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e buscamos?
Todas,
não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às
mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades
correm por conta da posição em que vos achais; são, muitas vezes, conseqüências
das vossas próprias ações. Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores,
sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos
que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício da sua vontade, ou do
seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que
sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão
as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou
aquele êxito. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da
força mesma das coisas. Previstos só são os fatos principais, os que influem no
destino. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que terás de
andar cautelosamente, porque há muitas probabilidades de caíres; ignoras,
contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que não caias, se fores
bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não
creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz. (KARDEC, 2012)
Além
de escolher a natureza das provas, um espírito pode pedir para que a
espiritualidade permita que ele “pague” por aquilo que entende como um débito do
passado. Porém, a espiritualidade também pode intervir negando certas provações,
devido a incapacidade de um espirito em cumprir com a sua tarefa pretendida e
por ser para ele de extrema dificuldade de realização. Dessa maneira, tudo é
organizado de forma coerente e perfeita, todos só possuem as dificuldades que
lhes são mais aptas a serem alcançadas pelo esforço próprio, a nós são somente
dados fardos passíveis de carregar.
Seguindo a mesma lógica anterior, há aqueles ainda que duvidam ou não compreendam a razão pela qual alguém escolhe a prova da miséria quando poderia optar pela prova da riqueza. Ambas as provas são difíceis, mas de acordo com muitos espiritas a prova da riqueza tem maior peso e demanda maior responsabilidade, pois poderia nos tornar facilmente avaros e egoístas; lançando-nos ao vício ao invés de nos tornar mais altruístas, empáticos e caridosos.
Quadro 1: Exemplos de ações e suas reações presentes, baseadas em fatos reais:
Como amenizar o Karma?
Já
vimos anteriormente, que a nossa vida é um reflexo de nossas atitudes, de
nossas escolhas e inclusive, de nossos pedidos incessantes aos céus pela
oportunidade de reparar o erro cometido o qual julgamos como débito. No
entanto, o sofrimento é necessário até que você se dê conta de que ele não é
necessário, nem todo sofrimento é por reação negativa; às vezes quando não
aproveitando as lições de amor para progredir, a dor nos obriga a caminhar.
Porque é através dela quase sempre que procuramos por uma modificação interior,
fazendo a troca de certos padrões e vícios por virtudes. Desse modo, podemos
abreviar um carma através do contra peso da lei do amor, engajando-se no bem e
em atividades de caridade. De forma mais específica,
O
Karma é decorrente das manifestações desordenadas de nossas emoções, por esse
motivo foi criado por nós. Reencarnamos para quebrar o ciclo repetitivo
emocional, o monoideísmo emocional em que nos colocamos. Se não for assim,
ficaríamos em looping o tempo todo até sentirmos a verdade absoluta. Portanto,
aí vai uma dica: se você sofre por algo, é porque já protelou muito tempo para
resolver e aprender com esse algo. Enquanto você acha que faz por obrigação,
você não aprende. Quando os sentimentos por algo não estão bem compreendidos
viram emoções. Para entender as emoções, você precisa primeiramente
tolerá-las, para depois entendê-las e por fim, compreendê-las. Desta forma, as
emoções se desfazem e você adquire mais sabedoria. Sofremos porque reagimos
impulsivamente. Qualquer coisa que se experimente fruto de reflexos impulsivos
é efêmera e passageira. Não devemos fugir das experiências, senão, entramos em
negação, que nada mais é do que a reação e não a compreensão das experiências. (MARTINS, M. L. 2012, p.8)
PSIU: Reações não são
decisões, em vez de sermos reativos devemos ser proativos em nossas vidas!
RECADINHO ESPECIAL PRO PESSOAL!!!!
Saibam
que nesse exato momento, cada um de vocês está no lugar certo, nesse lindo
planeta chamado Terra que é a nossa casa temporária. É linda a oportunidade que
temos de aprender e evoluir, também a paciência com a qual somos
tratados. Pensem que a maioria das pessoas vêm para a Terra com o intuito de
melhorar a si, vêm em expiações com provações, são poucos aqueles que vêm com a
missão de adiantar e evoluir este planeta. Por isso, é compreensível que
muitos em seu processo de aprendizagem acabem machucando esse planeta e o que há
nele, estando muito focados em si e nas suas dores oriundas das
falhas do espírito. Por isso, que esse processo aqui seja abraçado, recebido
com gratidão e acima de tudo que nós possamos retornar ao próximo a paciência e
o amor pelo qual somos nutridos, pois a finalidade de “estar” nunca foi
castigar e sim curar. - Lorrany Ohana
Escrito por Lorrany Ohana Silva
REFERÊNCIAS:
KARDEC, A. O livro dos Espíritos: Sandra Keppler. 6 ed. São Paulo: Mundo Maior
Editora, 2012.
MARTINS, M. L. PROJEÇÃO ASTRAL O DESPERTAR DA
CONSCIÊNCIA: 1 ed. São Paulo: Editora Vida e Consciência,
2012.
DE CARVALHO, V. L. M. Vivendo no Mundo dos Espíritos: Ditado pelo espirito de Patrícia. Brasil:
Petit Editora e Distribuidora Ltda, 1993.
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